A Viagem de Navio entre a Itália e o Brasil

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    Hoje vamos falar sobre como era a viagem de navio entre a Itália e o Brasil, para que possamos conhecer melhor a história dos nossos antepassados italianos 🙂

     

    Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil há 140 anos.

    Eles fugiam de um período de crise profunda na Itália e na Europa em geral, e vinham para cá na esperança de reconstruir suas famílias e suas vidas. Para isso, encararam uma viagem de navio entre a Itália e o Brasil de muitos dias e em condições precárias.

    Nessa época, o governo brasileiro precisava de mão de obra por conta da abolição dos escravos. Por isso, incentivava a vinda desses imigrantes e financiava os custos da viagem.

    Hoje vamos contar um pouco sobre as condições das viagens de navio entre a Itália e o Brasil e tudo aquilo que nossos descendentes passaram para chegar até aqui.

     

    A Viagem de Navio entre a Itália e o Brasil

     

    A Viagem de Navio entre a Itália e o Brasil

    Antes de embarcar, os italianos precisavam percorrer longas distâncias dentro do próprio país até chegarem aos portos de Gênova e Nápoles, de onde saíam a maior parte dos navios para o Brasil.
    Os italianos que embarcavam nessa viagem não tinham nenhuma certeza além de que precisavam tentar uma nova vida. Saíam da Itália sem sequer saber para onde iriam quando chegassem ao Brasil. As famílias descobriam para onde as levariam apenas quando chegavam nos portos de Santos ou do Rio de Janeiro.

    As passagens concedidas pelo Governo Brasileiro às famílias italianas eram todas de terceira classe e ficavam, geralmente, nos porões dos navios. Os porões tinham pouca ventilação, eram muito escuros e úmidos e vinham quase sempre superlotados.

    No início, a travessia era feita em navios a vela, e levava cerca de 60 dias para ser concluída. Com os navios a vapor, a viagem passou a demorar entre 20 e 30 dias.

     

    Condições sanitárias da travessia Itália-Brasil

     

    Com um número enorme de passageiros, as condições sanitárias dos vapores eram péssimas e as condições para que doenças contagiosas se espalhassem eram ideais. Surtos de piolho, cólera ou sarampo eram comuns dentro dos navios. Como também não havia como tratar dos doentes, muita gente não conseguia chegar ao destino final com vida.

    Como eles mesmos já ocupavam os porões dos vapores e para evitar que as doenças se alastrassem ainda mais, não era possível manter os corpos dos mortos até a chegada ao Brasil, para dar-lhes um velório digno. Era feita uma cerimônia religiosa rápida e os corpos envolvidos em sacos de pano, feitos com roupas de cama, e lançados ao mar.

    Os imigrantes italianos sofriam durante dias com essas doenças, mortes de parentes e com a saudade de tudo e de todos que deixavam para trás. Para aliviar a dor e ajudar a passar o tempo, eram comuns as cantorias de músicas tradicionais italianas.

     

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    A chegada era, com toda certeza, um alívio para os que conseguiam fazer a travessia diante de tantos problemas e condições precárias. Os italianos se encantavam com a nossa natureza ainda preservada na época, mas estranhavam homens e mulheres de pele escura, raros na Europa naquele período.

    Depois da longa e cansativa viagem de navio entre a Itália e o Brasil, ao desembarcar em Santos ou no Rio, os imigrantes italianos eram direcionados para uma Hospedaria dos Imigrantes e em seguida para as fazendas para onde haviam sido designados.

    O resto da história nós já contamos no texto “Imigração Italiana no Brasil“.

     

    Os Registros da Viagem e da Chegada dos Imigrantes Italianos

     

    A Viagem de Navio entre a Itália e o Brasil
    Os imigrantes italianos seguiam de trem para outras cidades.

     

    O capitão da embarcação era o responsável por registrar os acontecimentos durante a viagem de navio entre a Itália e o Brasil, e essas anotações se encontram hoje no Arquivo Público em Gênova.

    Já os registros das chegadas no Brasil foram preservados pelos Estados para onde os imigrantes eram direcionados. Listamos aqui alguns sites de arquivos públicos brasileiros com essa documentação:

     

    Arquivo Público Nacional

    No site do Arquivo Público Nacional, é possível pesquisar sobre a imigração e colonização promovidas pela União e por empresas e/ou particulares, informações sobre cadastramento de estrangeiros no Brasil, dados sobre a naturalização e expulsão, além de informações sobre entrada de imigrantes em portos brasileiros.

     

    Arquivo Público do Estado de Minas Gerais 

    O Estado de Minas Gerais recebeu muitos imigrantes italianos e no site do Arquivo Público de Minas Gerais é possível encontrar listas de navios e passageiros italianos, informações sobre imigração italiana e colônias de imigrantes no Brasil, registros de batismos e casamentos na Igreja Madre de Deus do Angu, Angustura, Além Paraíba, registros de batismo na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, Piacatuba e Leopoldina no século XIX e alguns registros de óbito dos cemitérios da Trindade do Santíssimo Sacramento – Além Paraíba, de Santana de Pirapetinga, de Santo Antonio do Aventureiro e Nossa Senhora do Carmo em Leopoldina.

     

    Arquivo Público do Estado do Espírito Santo

    As informações contidas no site do Arquivo Público do Espírito Santo são predominantemente sobre a imigração italiana no Espírito Santo, que aconteceu entre os anos de 1874 a 1895. O acervo tem cópia digitalizada de 444 passaportes do Reino da Itália e seis passaportes de imigrantes da atual região do Trentino Alto-Adige (Tirol Italiano), que na época estava sob o domínio da Áustria.

    Estão disponíveis para consulta nomes de 3.289 italianos, registrados nas listas de embarque dos navios de Gênova, mas que por algum motivo não chegaram nos navios indicados, uma hipótese é que tenham seguido para outro.

    O acervo também conta com o registro de 1.661 italianos que partiram para outros estados brasileiros.

     

    Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul

    No Arquivo Público do Rio Grande do Sul não está disponível pesquisa online, o site permite fazer o agendamento para pesquisa presencial. O acervo documental é formado por livros de registros de nascimentos, casamentos e óbitos, entre 1929 e 1975 e também por processos de habilitação de casamento, datados de 1890 a 1985.
    Também traz a lista de arquivos públicos municipais dentro do Estado.

     

    Arquivo Público do Estado de São Paulo

    No site do Arquivo Público de São Paulo é possível fazer a pesquisa online e também conseguir a Certidão de Desembarque, com base nos livros de registros das Hospedarias de imigrantes de São Paulo (1882 a 1958) e nas listas de Desembarque do Porto de Santos (1888 a 1978), além do registro de estrangeiros baseados nas fichas de registro da delegacia especializada de estrangeiros da capital paulista (1939 a 1984).

     

    Arquivo Público do Estado do Paraná

    O Arquivo Público do Paraná também oferece a possibilidade de pesquisa online de imigrantes. São ao todo 97.727 registros de desembarques no Porto de Paranaguá, entre os anos de 1876 à 1879 e 1885 à 1896. As informações contidas no banco de dados do Arquivo Público do Paraná foram retiradas dos livros de registros de desembarque, registros em hospedarias e registros de entrada em núcleos coloniais do Paraná.

     

    Museu da Imigração do Estado de São Paulo

    O acervo do Museu da Imigração em São Paulo é um dos mais procurados. Ele conta com mais de 87 mil imagens que documentam a história da imigração no Brasil. Além disso, é possível encontrar também documentos como:

    1. Cartas de chamada – Uma declaração de garantia de auxílio ao imigrante que pretendesse se juntar à família já instalada no Brasil;
    2. Cartografias – Mapas e plantas referentes a núcleos coloniais, plantas da antiga Hospedaria de Imigrantes e do Museu da Imigração;
    3. Iconografias – Banco de imagens da Hospedaria de Imigrantes, cartões postais, fotografias de viagens e retratos dos imigrantes;
    4. Jornais – Publicações de colônias de imigrantes no Brasil, com edições entre os anos de 1886 e 1987;
    5. Registros de matrícula – Dados do livro de registro das pessoas que passaram pela Hospedaria de Imigrantes, lista de desembarque;
    6. Requerimentos SACOP – Documentos que solicitam restituição das despesas de transporte dos imigrantes até a chegada ao Brasil.
    DarioCiao! Eu sou o Dario, italiano (melhor, siciliano!) adotado há 6 anos pelo quente e colorido Brasil! Fundador - com sotaque - do Pesquisa Italiana, que desde 2014, e com um time de 14 pessoas, ajuda os descendentes de italianos a descobrir as próprias origens e juntar toda a documentação necessária para conseguir a cidadania italiana! Amo praia, churrasco e obviamente pizza!
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    Dario

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