Quem é que não se entrega ao simples aroma de um café fresquinho?
Esse hábito brasileiro vem de nossos descendentes italianos, apaixonados por um café bem tirado.
Para chegarmos ao ponto que nos interessa, a relação entre a Itália e o café, vamos conhecer um pouco mais sobre a origem do café e as lendas que rondam esse assunto.
O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo. Coado ou expresso, quase ninguém passa um dia inteiro sem consumir, ao menos, uma xícara de café.
No entanto, o que pouca gente sabe é que essa bebida tão tradicional na Itália e no Brasil tem sua origem na Etiópia. E só depois de muito tempo é que foi conquistar os paladares europeus e ganhar espaço e requinte no velho continente. Antes ainda de chegar a Itália, o café passou pela Holanda. Foi em Amsterdã que começou o cultivo das primeiras mudas de café do continente europeu.
A ORIGEM DO CAFÉ
Reza a lenda que o café surgiu na Etiópia, nas terras mais altas, onde faz parte da vegetação natural. De lá, seguiu para o Egito e só depois para a Europa. No entanto, não existem registros oficiais de cultivo de café nesta área, pelo que consta, os pés de café cresciam como vegetação da Etiópia. O primeiro registro do cultivo de café foi encontrado no Yêmen, em alguns monastérios mais antigos.
A lenda também diz que tudo começou com um pastor, chamado Kaldi. Ele observou que tanto as pessoas quanto os animais ficavam mais ativas quando comiam os frutos e as folhas do cafeeiro, decidiu testar ele mesmo e se sentiu mais vivo e disposto. A descoberta chegou aos monastérios, onde os monges passaram a usar uma infusão dos frutos para se manterem acordados enquanto oravam. O café mantendo a turma da madrugada acordada pro trabalho desde a antiguidade…
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Outra história sobre o poder do café diz que as tribos africanas moíam os grãos de café para alimentar seus animais e para aumentar a força de seus guerreiros.
As lendas não param por aí não, uma delas conta que o profeta Moisés foi salvo da morte pelo Arcanjo Gabriel, que lhe deu um pouco do elixir escuro e em seguida derrotou 40 cavaleiros e guiou o povo hebreu para fora do Egito.
Até a origem do nome café é misteriosa. Antes se achava que a palavra café era derivada de Kaffa, local de origem da planta. Mais tarde, porém, descobriu-se que a palavra é na verdade oriunda da palavra qahwa, que em árabe significa vinho. Estranho, não é? Mas era assim que o café era conhecido quando desembarcou na Europa, como “vinho da Arábia”.
O cultivo de café ganhou espaço na Arábia, e mais tarde chegou à Europa. Como já dissemos aqui, o primeiro país europeu a conseguir reproduzir as mudas de café foi a Holanda.
Com o passar do tempo, o cultivo de café ganhou novos países também fora da Europa, costume trazido com os colonizadores europeus.
Hoje os cinco maiores produtores de café do mundo são, por ordem decrescente: Brasil, Vietnã, Colômbia, Indonésia e Etiópia, segundo o site do Ministério da Agricultura do Brasil.
As variedades do café
Hoje, as variedades de café conhecidas são muitas, mas nem todas indicadas para o consumo. As mais tradicionais são: Arábica, Robusta, Liberica e Excelsa.
A CHEGADA DO CAFÉ NA EUROPA
Como já sabemos, o café chegou mais tarde à Europa, e só foi conquistar de vez os europeus a partir de 1615. Era trazido por comerciantes italianos que traziam o café dos países árabes. O hábito de tomar o café foi associado à encontros sociais e também à música, principalmente em Veneza, onde as Botteghe Del Caffè começaram a surgir em grande número.
Em 1687, após terem tentado conquistar Viena sem sucesso, os turcos deixaram para trás uma grande quantidade de sacas de café, que acabaram sendo vistas como prêmio pela vitória Austríaca. Foi aí que surgiu em Viena a primeira coffee house da cidade, e o hábito de coar a bebida e misturar leite para deixá-la menos amarga – o famoso café vienense.
A ITÁLIA E O CAFÉ
Agora sim. Vamos falar sobre essa relação de paixão entre a Itália e o café.
A Itália de hoje não tem mais a tradição do cultivo do café, o que não quer dizer que a paixão dos italianos pela bebida tenha acabado, muito pelo contrário.
Os italianos não tem nenhum problema em dizer que não são os descobridores do café ou do modo de preparo, mas se orgulham em dizer que foram eles que aperfeiçoaram o processo do preparo do café até chegar a excelência. Uma história bem parecida com a do macarrão, que veio da China…
O café na Itália é tradição. A carta de café é bem extensa, com muitas opções além das básicas que nós já conhecemos, e para qualquer brasileiro desavisado que chegar no país e pedir: “Un espresso, perfavore.”, o susto pode ser bem grande e você pode não receber o café que estava pensando que pediu.
Se a ideia for tomar um café expresso, daqueles que enchem uma xícara pequena aqui no Brasil, peça um duplo. Já explico. O espresso italiano não é como o nosso, ele é como se fosse um shot de café. É servido em menor quantidade (quase meia xicrinha), de uma bebida bem concentrada, de cor bem escura e mais adocicada. Segundo os próprios italianos, o espresso italiano extrai apenas as características principais do café. Esta aí a excelência de que tanto se orgulham.
Mas e o cappuccino?
A surpresa também acontece na hora de saborear o tradicional cappuccino italiano, que não tem chocolate como muitos que vemos por aqui. Viu como as lendas em torno do café são muitas? Então vou contar mais uma, a origem do Cappuccino.
Conta a história, que monges franciscanos, da ordem Capuchina, resistiram a invasões islâmicas por muito tempo, e quando os invasores foram embora, deixaram milhares de sacas de café para trás. Mas o paladar não agradou muito os europeus, que para não desperdiçar os grãos, adicionaram leite e um pouco de mel. O nome, também segundo a lenda, remete ao capuz que esses monges usavam. E foi aí que surgiu o mundialmente famoso cappuccino italiano, que hoje conta com várias alterações como acréscimo de chocolate ou chantilly.
AS CAFETEIRAS
O café é uma bebida popular no mundo todo, mas a forma de preparo é diferente em cada lugar. Vamos explorar os sabores do café de acordo com a forma de extração.
Cafeteira Turca. Esse é o método de extração mais antigo de todos. Na cafeteira turca, o Ibrik, o pó e misturado à água antes de ser levado ao fogo, e esse processo é feito de 3 a 4 vezes antes do café ficar pronto para beber.
Cafeteira Francesa. Esse já é um método mais conhecido, onde o pó de café é colocado no fundo do recipiente antes de adicionarmos água quente e empurrar o embolo para baixo, fazendo com que o café seja filtrado.
Cafeteira Italiana ou Moka. Ela é a precursora das máquinas de café expresso e uma das mais usadas no mundo. Pra usá-la, basta colocar água no recipiente de baixo, o pó de café no filtro intermediário e levar ao fogo. O café pronto pra beber ficará no recipiente de cima da Moca.
Filtro de Papel. Ele surgiu na Alemanha, basta colocar o pó dentro do filtro de papel, que tem formato de cone, e jogar a água quente sobre ele. Uma variação bem brasileira do filtro de papel é o nosso coador de pano.